segunda-feira, 18 de abril de 2011

Medo do sofrimento

Dizer que não quer mais amar porque tem medo de sofrer e se machucar é como dizer que não vai mais usar nada de vidro porque um dia ele pode cair e quebrar, e pior ainda: te cortar. E por acaso você já parou para pensar que se o vidro caiu é porque de alguma forma você deixou-o escapar por entre suas mãos? Talvez o erro não seja só amar. Talvez o erro não seja só seu, mas da forma que você vê as coisas.

domingo, 20 de março de 2011

Até um tempo atrás eu não acreditava em mutantes, nem em fantasmas, vampiros, príncipes encantados e nem em amores.
Acreditava que tudo isso era pura ficção, coisa de novela, filme de terror, romance, qualquer que seja o genero, menos na realidade.
Só que ai, você apareceu na minha vida, e os mutantes começaram a aparecer, por todas as partes, me aterrorizando. A cada ataque, eu pensava que seria o fim, eles me impediam de continuar. Eles não queriam que a nossa história mutasse para um amor verdadeiro, achavam que tinham esse poder, mas você mostrou que o amor verdadeiro, é mais forte que qualquer coisa, e você foi lá, ao meu lado e lutou, não me deixou cair, nem desistir, e me ensinou que não há força maior que essa, e vencemos essa batalha.
Os fantasmas do passado, ou melhor, os fantasmas do meu passado e as fantasmas do seu passado, começaram a nos aterrorizar, sairam da tumba onde estavam, como as bruxas esperando insaciavelmente a noite de Halloween para se libertar. Parecia que tudo conspirava contra nós, mas, como na outra vez, juntos não desistimos, como caça-fantasmas exterminamos todo mal que havia, e deixamos tudo de ruim que poderia existir bem morto e enterrado. E vencemos mais essa batalha.
Derrepente, em uma noite calada e fria, em um canto escuro da cidade, algo com dentes afiados e sedento por sangue, saiu em meio do nada, bem na nossa frente. O que aqueles seres queriam? Sugar. Sugar tudo de bom que havia em nós, o nosso amor, toda nossa compreensão, respeito, confiança, e toda a felicidade que compartilhavamos juntos e cravar. Cravar os dentes e plantar todo mal em nossa corrente sanguinea. Como um invejoso que quer acabar com aquilo que não consegue lidar. Era demais para aqueles vampiros, eles não conseguiam nos ver, os olhos deles vidrados, em nosso pescoço, em nossa direção. Como se isso bastasse, não sederiamos tão facilmente. E fomos á luta. Nos armamos bem, não de alhos e crucifixos mas sim de mais amor, e felicidade, isso basta para destruir esse tipo de vampiro. Mais uma batalha vencida. Mas sugaram bastante, começou a ficar cansativo, tantas barreiras, tantos monstros no nosso caminho, eu já estava querendo desistir. Mas você mais uma vez me provou uma coisa, que principes encantados existem. Ou pelo menos quando você disse, existia, eu acreditei. Você era meu principe, aquele que acabava com todos os vilões, que espantava os males, que não me fazia sofrer, que era só meu e de mais ninguem, que era quem me fazia feliz e eu confiava plenamente. Mas como em um passe de mágica, eu acordei para a realidade, e vi que no fundo, era tudo uma farsa, esse tempo todo o vilão da história toda foi você, e tudo que apareceu, foi como um sinal, ou simplismente sementes plantadas por você mesmo, que agora deram os frutos e as caras. As mentiras desvendadas, as outras, os cigarros, os vícios que você disse que tinha deixado para trás e me dito que dali por diante eu seria seu unico vício, era tudo mentira.
E depois disso tudo, em que eu acreditei em tudo, eu continuo acreditando, por mais que eu seja a tola de toda a história, acredito que existem principes encantados. Nas histórias encantadas, somente. Vi que não se pode duvidar de mais nada, e a unica coisa na qual eu não acredito mais, é em amores, aliás nunca acreditei, ainda bem. Simplismente me iludi durante um tempo que nem me lembro mais.
É dificil amar uma pessoa, de verdade. É tão complicado quando se ama, e não se pode dizer. Repentinamente você se torna amiga dessa pessoa, e depois de um tempo você a esquece, e fica tudo bem. Você ama outros caras, você tem certeza disso. Mas aí um dia você encontra aquele seu amigo, que você amava, e derrepente toca uma música nada a ver. Ele vai embora, e depois você fica pensando como se ele fosse seu e estivesse ali. Você ama outro, eu sei, mas você ficou pensando. Aí você para e reflete se realmente ama o outro. E ama. Aí você para e descobre que pode ter sido tudo nostalgia. Talvez aquele filme que passou na sua cabeça, seja puro dejavu. Ou talvez não, talvez você ame outro e outro. Talvez você ame muitos caras, mas é como substitutos e titulares. Você usa um, mas tem aqueles que você já usou que nunca se esquece, e ficam ali, de reserva no seu coração. Depois você lê em algum lugar que o amor nunca morre, e aí, tudo faz sentido.
Agora fazemos de conta. Faremos de novo. De conta daquele jeito novo, que eu já havia lhe explicado. Aquele jeitinho que nós sempre davamos para nos encontrar ás escuras. Não sei se escondido é o termo apropriado, afinal, se esconde as coisas de quem? De nós mesmos que não é. Porque pra mim o sentimento tá bem claro. Tá bem raro. Tá bem intenso, bem extenso. E é claro que é amor aos extremos, ás excessivas. E as pessoas ainda insistem em dizer que não sabem, fingem que não percebem, que não veem. Talvez os nossos pais só estão tentando nos proteger. Mas proteger de quem? De nós mesmos? Porque eu já acho que nem existe indivividualismo mais nesta história: Eu sou você, e você é como se fosse eu! E ser protegido de si própio é a coisa mais tola que alguém já quis ter feito, mas não cumprido.
Sabe o amor? Ele não começa com A e nem termina com R. Ele não começa com "Era uma vez uma princesa e um principe encantado" e nem termina com um "E assim viveram felizes para sempre". O amor é alem disso, ele começa quando você nasce, quando seu destino se forma. Ele é feito de lagrimas e sorrisos, dias tristes e dias alegres, de brigas e reconciliações, de frio e calor, de noite e dia. E não, o amor não te faz sofrer, o que te faz sofrer é outra coisa, que você pensa ser amor mas não é. O amor, o verdadeiro amor, não te magoa, não te faz sofrer, não te faz chorar, não te deixa sozinha, não se separa, não te muda, ele só te completa e te faz feliz. Por isso não acredite em contos de fadas, afinal é tudo fantasia, e o amor é o sentimento mais puro e verdadeiro que existe, então não espere príncipes encantados, pois o seu amor de verdade não precisa ser perfeito, você só precisa amá-lo. Também não acredite em metade da laranja, isso não existe, o que existe é a sua metade, e você não é uma laranja. Por isso, pare de acreditar em bobagens. Não acredite em mais nada, só sinta quando acontecer. Por isso aceite o amor, por que quando no final você não ouvir o "felizes para sempre" é só ele quem poderá te fazer feliz!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Fobia-de- amor

Sofri durante algum tempo, que eu nem me lembro mais. Ás vezes eu chego a achar que fora apenas um sonho, mas não, não foi. De fato aconteceu, e eu sei porquê quando ouço alguma música sinto certa nostalgia. Mas não gosto de me lembrar detalhadamente: isto me faz sofrer e chorar.
Fiquei muito tempo assim, constante, sem amar ninguém, sem tocar ninguém, sem sentir, sem ser tocada. Queria distância do que chamavam de "amor correspondido". Pra mim isso era mera fantasia, no qual um dia chegamos a um ponto em que pensamos: "ei, eu me enganei tanto assim? a ponto de achar que era recípocro? quanta tolice!" E eu não queria pensar isso novamente. Então segui assim por longos meses a fio.
Um dia eu estava muito destraida e alguém me chamou atenção: me fez juras de amor, me tocou como eu queria, me elogiou e disse que eu era única. Mas dessa vez era diferente. Ou pelo menos eu achava, ou queria que fosse. Derrepente eu me vi apaixonada, sendo amada. Sim, eu estava sendo correspondida. Porém eu rejeitei tal situação, talvez porque ainda me lembrasse do outro que me feriu tanto uma vez. E foi suficiente para que eu me machucasse a ponto de não me cicatrizar nunca mais.
Quando esse outro percebeu que estava me perdendo totalmente, ele veio atrás. Acho que ele queria brincar mais um pouquinho antes de jogar totalmente fora no lixo. Então eu simplismente disse que eu não o queria mais. Ele havia feito mais do que somente me dado um pé-na-bunda: ele me causou um certo tipo de doença chamada fobia de amor, ou anti-sofrimento, como preferir.

A pior parte



Sabe qual é a pior parte disso tudo? A que me causa mais medo?
Não é a parte de terminar. É a parte de sofrer. Não vai ser quando eu me lembrar de você a cada minuto, mas sim quando eu ouvir aquela música e me lembrar da onde tudo começou, do dia em que você se declarou pra mim, do nosso primeiro beijo, do pedido de namoro. E eu tenho um medo incalculavel disso. E mais: você não sabe o quanto vai doer me lembrar de cada centimetro do seu corpo e saber que eu nunca mais vou poder tocar, e isso é pior do que não poder te chamar de meu.
Você não sabe o que eu seria capaz de fazer pra nada disso acontecer. E ai te chamar de meu e não me lembrar de você vão ser só detalhes. O que importa agora é que cada parte do seu corpo ainda é meu, e que a lembrança dos primeiros momentos contigo ainda estão doces e nítidas no meu pensamento, e no meu coração. E assim espero que se mantenha. Não quero que seja eterno enquanto dure, mas sim que dure - enquanto for eterno. Porque mesmo com o fim, tudo aquilo que amamos é eterno em nossos corações. E por isso espero mesmo que seja eterno. E que seja amor.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

A inspiração

Sinto um vento diferente, um arrepio. Corro, pego o lápis e o papel e anoto o que eu senti naquele exato momento. Daí surge uma inspiração, uma persistência para continuar lutando e seguindo em frente. Parar no meio do caminho é como se jogar no mar para os tubarões. Eu anoto rápido antes que a ideia fuja da minha mente e ai vem a oscilação - mas ela não leva meus pensamentos embora, pelo contrário só me faz raciocinar coisas melhores ainda -, e nessa hora eu invento, tiro palavras nem sei de onde e vejo se combina. Se não dá, a gente dá um jeito, coloca uma palvra mais dífcil ainda, faz um remendo aqui, outro acolá. O importante é que a textualidade não se perca, e que a escrita continue. O que importa é o sentimento, o momento, a inspiração e o agora, e o que vai dar depois, só vamos saber quando terminarmos de escrever. E se o resultado sair como o esperado, não está tão bem assim: os melhores textos são aqueles imprevistos, que você vai colocando coisas sem nexo e no final sempre sai algo que você encontre no seu inconsciente. Agora se ele simplismente não te tocar, é porque você não quer ser tocado.

Você é a antítese

Veio de volta o ócio. Era óbvio como isso tudo era como uma antítese; ás vezes tudo e ás vezes nada. Não gosto desse tipo de comparação, mas o tudo e o nada me intrigam: como alguém pode trazer tudo do que você precisa e ao mesmo tempo levar consigo tudo que te resuma á nada?
Essa interrogativa é complexa e estranha. Mas não vem ao caso o nível de complexidade que isso possa ter, o que importa agora é saber como ele consegue fazer tudo isto ao mesmo tempo.
Ele veio, me fez tão feliz e era tudo o que eu tinha: o pão, o ar, a água, a fé e alegria. Então ele foi embora sem mais explicações e levou tudo o que antes me trazera, e fez-me virar um inútil ser, sem nada, sem pão, sem ar, sem água, sem fé e sem alegria. Morri de inanição, morri sufocada, morri de sede, morri de pessimismo e morri de depressão. Morri de tantas coisas, porque meu coração havia parado, mas meu cerébro continuava ali e era por isso mesmo que eu me mantinha viva.
Depois de um tempo ele resolvera voltar, e trouxe tudo de volta: pão, ar, água, fé, alegria e um pouco de amor que ainda restara. Isso foi o bastante para minha ressuição: era como um choque para reanimar um paciente que sofreu parada cardíaca!
Era tudo, a eletricidade, a vida, era ele, era amor. Era tudo o que o meu coração e o resto de todo meu corpo precisava para continuar funcionando o suficiente para morrer novamente - desta vez, de amor!
E chegamos de volta a antítese: o que mata pode te fazer viver?

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Indecisão


Um dia eu queria te levar para longe, no outro, eu queria te trazer para perto.
Em um dia eu te amava loucamente, pensava em você todas as horas do dia, e até mesmo quando eu fazia alguma refeição, parece que todos os grãos de legumes formavam corações no prato. Você era único para mim, não mentia, e todas as outras com as quais você se comunicava, eram simplismente amigas, ou era isso, ou era o que meu coração queria enxergar. Seu perfume exalava por toda casa, e quando eu andava pelas ruas, todos os homens que passavam do meu lado, eram sem cheiro, e sem rosto. Todos aqueles que me atraiam, perderam a sensualidade, parece que ficaram transparentes, estranho. Queria que você ficasse por perto o tempo todo, sentindo as batidas do meu coração, ouvindo a nossa música, abraçados, ou no sofá da sala, assistindo tv, abraçadinhos, porém sem cobertor, sei que você tem rinite assim como eu, então um esquentaria o outro com o calor de nossos próprios corpos, e isso já bastaria.
No outro dia, queria que tudo se explodisse, inclusive você. Queria que você ficasse a quilometros de distância de mim, e a cada toque seu na minha pele, nem me arrepiava, só o sangue fervia, de raiva, parecia que tudo em você me irritava. As vezes eu tinha a impressão de que eu não te amava, nem nunca amei, e não sei ao certo o motivo de ainda estar com você. Seus beijos ficavam frios, os abraços forçados, as conversas monotónas, as explicaçõs vagas e os dias cinzentos, sua falta não fazia a minima importância. Todas as garotas para as quais você olhava, pareciam usarem máscaras, e para mim era como se elas estivessem rindo sarcasticamente para mim, como se eu fosse a vitima de algum adulterio. Isso já era o bastante para uma briga entre nós dois. Os antigos amores, confundiam minha cabeça, e pensava em outros, ignorando o fato de que você existia. Eu não estava nem ligando. Em um dia desses, quando eu te queria longe de mim, pensei em terminar com você. Fui em frente, nem dei muitas satisfações, e acabei com isso tudo, sem nem pensar muito. Deixei a emoção dos dias ruins tomarem conta de todos os momentos bons que eu havia passado com você. Pronto. Tudo havia terminado, acabado, finalizado, e todos os outros sinônimos possiveis que damos para algo que acabou. E ai eu percebi que foi o maior deslize. Mas quando se é tarde, a única coisa que adianta fazer a essas horas é deitar, esperar o escuro passar para quando o sol sair a gente tentar enxergar alguma coisa.